4 de junho de 2008

Convalescença (2)


São duas horas e tal da manhã e eu sem conseguir adormecer. Resolvo ligar a TV á procura de algum sonífero em forma de programa televisivo e páro o zapping na CNN, onde se fazia mais uma mega cobertura das Primárias norte-americanas. Alguém anuncia que Hillary está prestes a discursar e eu procuro uma posição mais confortável na cama, não querendo perder pitada.
A Senadora é recebida com entusiasmo, assim como as suas palavras e, contrariando alguns analistas em estúdio, ainda não é desta que a ex-primeira-dama da América atira a toalha. Promete uma decisão ponderada para os próximos dias.

Logo em seguida é a vez de Obama. O candidato afro-americano faz uma entrada triunfal num estádio apinhado de gente que o recebe apoteoticamente. Assim que começa a discursar, percebe-se que se trata do discurso de um vencedor e proclama-se o candidato democrata ás eleições de Novembro.



O relógio aproxima-se das quatro da madrugada e eu desligo a TV pronta a dormir, não sem antes pensar para com os meus botões (caso o pijama os tivesse!), Fogo, estes tipos são diabólicos!.
Foi remédio santo, adormeci que nem um anjinho.

Convalescença (1)



Quem já esteve doente e foi obrigado a repouso absoluto, sabe que, invariavelmente nestas ocasiões, as pessoas são obrigadas a uma injecção impiedosa de TV, quase sem critérios de escolha e redescobrindo essa máquina implacável que são os anúncios publicitários.
Ora, foi precisamente durante uma das minhas últimas maratonas televisivas que um anúncio em particular me captou a atenção. Primeiro, pela melodia e pela voz singular e, logo de seguida, pelas imagens do Porto - ali estava um verdadeiro hino á cidade, á minha cidade e não ao Porto do bilhete postal para turista ver.

A frase que é escrita no início também não me saíu da cabeça e lembro-me de ter pensado da primeira vez que vi o anúncio, "Eu já ouvi esta frase nalgum lado!". Até que de repente se fez luz: esta frase faz parte de uma das canções preferidas da minha mãe chamada "O que tinha de ser", uma composição do Tom Jobim e do Vinicius de Moraes que foi imortalizada na voz da Elis Regina.



Sem querer fazer publicidade, este passou a ser o meu anúncio a cervejas favorito!