8 de janeiro de 2011

Dann sind wir Helden nur diesen Tag.





Vi o filme com 11 anos (quase 12), depois de ler o livro. Ambos faziam parte do programa de Biologia da minha 6ª classe (jamais me habituarei a chamar-lhe ano). Falou-se sobre sexualidade, drogas, vícios, comportamentos nocivos, DST,  relações humanas, amor, amizade, valores e uma infinidade de outras coisas, com alguns risinhos à mistura, mas de uma forma séria, transparente e tranquila. Os meus pais tinham conhecimento do programa e confiavam na forma como era leccionado. Para além disso, sempre se mostraram disponíveis para esclarecer dúvidas e orientaram-nos naquilo que acharam necessário, conscientes, porém, que "as conversas importantes" se têm mais facilmente entre pares, com a irmã/prima mais velha ou a amiga/confidente. Cresci com a informação suficiente e com as ferramentas essenciais para poder traçar o meu caminho livremente, consciente das consequências das minhas escolhas.

Depois de tanto ouvir e ler sobre a nova lei que estabelece o regime de aplicação da educação sexual em meio escolar (Lei n.º 60/2009), as dificuldades na sua aplicação, os protestos de uns e de outros, os pareceres técnicos, etc e tal, temo que tudo se perca num floreado inútil, oco e vazio.

Pensei nisto tudo ao rever ontem o filme. Lembrei-me da traquinas N., que pulava o muro do colégio assim que soava o toque de entrada, privilégios de viver mesmo ao lado. A N. era igualzinha à Natja Brunckhors, a actriz que deu vida à Christiane F., e, por isso, o primeiro visionamento do filme foi algo perturbador para todos nós. 
Mas rapidamente essa coincidência foi posta de lado, tornando-se o Wir Kinder vom Bahnhof Zoo, assim como a sua banda sonora, um marco inesquecível da nossa adolescência. 


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